terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

About the people

“Eu vejo aqui as pessoas mais fortes e inteligentes. Vejo todo esse potencial desperdiçado.
A propaganda põe a gente pra correr atrás de carros e roupas. Trabalhar em empregos que odiamos para comprar merdas inúteis. Somos uma geração sem peso na história.
Sem propósito ou lugar. Nós não temos uma Guerra Mundial. Nós não temos uma Grande Depressão. Nossa Guerra é a espiritual. Nossa Depressão, são nossas vidas.
Fomos criados através da tv para acreditar que um dia seriamos milionários, estrelas do cinema ou astro do rock. Mas não somos. Aos poucos tomamos consciência do fato.
E estamos muito, muito putos.”
Numa conversa com meu primo, chegamos ao tema ‘o futuro’. Ele quer fazer medicina, ser médico (jura?), casar e quando estiver mais adulto, fazer doações – o que ele chama de “ajudar os pobres”- e ter filhos.
Eu... quero trabalhar com música,literatura, cinema... arte. Casar um dia. Depois de meu ‘On the road’, talvez.
Ele criticou minhas escolhas. Eu critiquei (mentalmente) as dele.
Não por querer ser médico nem nada, acho uma profissão muito bonita, como qualquer outra. Critiquei mentalmente o motivo de suas escolhas, e o jeito como ele via a carreira que pretende seguir. Ele vê, apenas como uma forma de ganhar dinheiro, afinal, é uma das carreiras mais promissoras do mercado. E o negócio é que, não é bem assim. Quando ele falou sobre passar a freqüentar seriamente o centro espírita, e fazer doações pra poder dar sua ajudinha no mundo(não pelo mundo, e sim pela salvação de seu espírito, já que lê crê nessa história de reencarnação e tudo mais) era como se como médico ele não fosse ajudar. Acho bonita a idéia de fazer trabalho voluntário, é algo que pretendo fazer um dia, inclusive, mas, acho que nos esforçarmos para sermos bons profissionais, que amam sua carreira e devido a isso a desempenham de uma maneira exemplar, é uma ainda maior que qualquer trabalho voluntário, e qualquer um pode saber disso se for procurar sobre a atual situação de hospitais públicos, o caos na saúde ou a corrupção em meio a policiais e políticos.
Fiquei triste em pensar que a maioria dos jovens a atualidade cultivam as mesmas ambições egoístas do meu primo, de escolher uma carreira por ela ser mais promissora e não por sua paixão à ela. Fico preocupada ao pensar que tipo de profissionais darão. Fico triste de ver o que a minha geração assiste na tv, no cinema, o que ela anda lendo (quando lê). Fico preocupada em como encaram isso. Fico triste em pensar que o nosso planeta depende de atitudes conscientes de uma geração que cultiva sonhos como tem um ‘carrão’ e mais um monte de baboseiras inúteis. Fico preocupada em pensar em como será quando essa geração estiver no poder. Fico triste quando vejo minha sala de aula com 30 alunos, todos pensando em que profissão lhes dará mais “futuro”, tentando chamar atenção uns dos outros, como se alguma dessas coisas tivesse alguma importância. Afinal como diz o Tyler “Você não é o seu emprego. Nem quanto ganha ou quanto dinheiro tem no banco. Nem o carro que dirigi. Nem o que tem dentro da sua carteira. Nem a porra do uniforme que veste”. Fico triste de ver o quanto o mundo perde sem tentar influenciar seus jovens a mostrarem seus talentos, que com toda a certeza estão ali, em algum lugar. Esperando uma oportunidade para se mostrarem ao mundo. E fico triste em pensar que isso não é falta de oportunidade, não é falta de inteligência, não é falta de talento. O que falta, então? Eu não sei.
Sei lá, desejo mostrar algo construtivo ao mundo através do meu trabalho. Qualquer dos caminhos que escolhi são parte da mídia, e se realmente seguir por algum deles meu trabalho estará influenciado o pensamento de outras pessoas. E em especial, de jovens, afinal, serão eles quem estarão estabelecendo sua personalidade, seus gostos e por aí vai. Sinto vontade de gritar, e xingar esse bando de adolescentes que se ocupam de coisas inúteis e ridículas. Dessa gente que não lembra dos jovens do passado, da geração punk, ou qualquer outra. Desses jovens que, apesar de muitas vezes desafiarem seus pais e leis, se moveram! Se fizeram ouvir! Sinto raiva de como engolem a hipocrisia, de como se acomodam diante da injustiça.

Sinto raiva do modo como as pessoas encaram a vida, como se a morte nunca fosse chegar, tentando arrumar algum meio de provar a existência da ‘vida eterna’, e assim, perdendo muito do seu pouco tempo por aqui. Sei que não é correto criticar a crença de outras pessoas. Mas acho errado viver esperando uma reencarnação. Se têm tanta fé em Deus, porque simplesmente não podem aproveitar esse presente que Ele lhes deu, sem discutir qual de seus ‘credos’ é o mais correto? Pra que tentar arrumar provas para a vida eterna, se a nossa, assim curtinha mesmo, já é tão fascinante? As pessoas fecham os olhos e se “escondem lá no fundo dos pêlos do coelho”, as pessoas param de achar a natureza brilhante, e passam a desafiar suas leis. Porque eu não consigo ser assim. Não consigo ver uma criança pedindo e não ficar triste de pensar quanto talento tem guardado ali. Não consigo culpar um Deus por isso. Não consigo. E me acho tão diferente, às vezes, ao ver que levo algumas coisas tão a sério. Por sentir algumas coisas mais que os outros. Me sinto tão mal.  “But the people they don't understand
No, girlfriends, they can't understand
Your grandsons, they won't understand
On top of this I ain't ever gonna understand”
Posso olhar milhões e milhões de vezes para esse mundão, mas espero nunca trata-lo como algo completamente sem encanto algum, porque ele não é. E acho ainda mais ridículo, o fato de pessoas fazerem boas ações não apenas pelo prazer de ajudar, e sim pelo medo do caminho que terá após a morte, pela própria salvação. E isso me lembra mais algumas das palavras de meu primo: “Que fazer nada pelo mundo o que! Você vai é se dar muito mal! Ninguém ‘tá nem aí se você ta lutando pelo planeta, ou pelos outros. Um dia você vai morrer tendo jogado toda sua vida fora pelos outros. Você não vê Che Guevara? Aquele cara foi o maior idiota do mundo!” E eu fico pensado o que vai ser de nós, se todos pensarem assim. Hein, O que será de nós?
E isso me lembra também uma das palestras que foi feita para o grupo de jovens a qual pertenço: “Jovens, cultivem grandes ambições!”. E esse, é um dos conselhos que deixo hoje a vocês.


Não quero que entendam esse texto como uma daquelas conversas clichês com seus pais, de serem bons garotos e tudo mais, não. Mas também não quero que entendam como um conselho para uma vida no limite, cheia de excessos. A minha palavra de 2008 é: Equilíbrio
Curtam suas vidas, se cuidando para que ela dure o máximo possível. Mas façam isso cuidado do lugar onde vive, e todas essas baboseiras, pra que os que ainda virão também tenham a oportunidade de saborear bem seus aninhos na terra.
Eu fico por aqui, ainda meio inconformada.
É que, é que eu vejo tanto talento desperdiçado.
"Desassossegados dormem pouco, acordam cedo e decidem mudar o mundo numa manhã. Já provaram o gosto da liberdade e sabem que é bem valioso, por isso têm asas prontas para voar. Desassossegados acreditam no incrível, sonham com o impossível e riem um riso largo, como se soubessem de algo que é só deles. São donos de uma esperança sem tamanho e vão até o fim do mundo, se o destino é ser feliz. " Martha Medeiros.




[Scambo @ A Carne dos deuses]
Ouçam, ou leiam a letra. Me compreendam um pouco mais.
Ah, ouçam todas as outras deles também.


Ps.: Desculpem se o texto ficou desorganizado, estranho, chato... Estava há tanto tempo com vontade de falar sobre isso, que acabei postando sem revisar muito. Nada disso. Espero que tenham gostado, refletido, lido(pelo menos)...

6 comentários:

'. Ke_L disse...

Iai?putz.pior q eh issu msm.vei hj em dia os outrus pensam muito nos outros...mas naum para salvar os outros e sim para saber o q os outros acham dakilo para formar a propria opinião.vei como grilo com isso; sem curtição. Eu... eu qro ser essa metamorfoze ambulante.Sério.Tenho essa personalidade, num consigo morar mais de um ano numa cidade só ou deixar meu quartu sempre de um jeito.Não consigo nem mesmo conversar com a msm patota.Eu não qro ser assim igual a todos.como dizia tio Bob (Marley) : "Vocês riam por eu ser diferente.Enquando eu riu de vocês por serem todos tão iguais." .Eu qro trabalhar e virar o mundo.Quero sonhar e viver a vida!Curtir e qm sabe morar com alguém q curta-me e eu curta-o!Ter filhos.Um dia, mais qro adotar sak?Legitimo...qm sabe?! Só msm qro ser eu.. assim msm confusa.Passa e lê o posts de hj;acho q tem meio av com issu.

Louise ~ disse...

Cara, gostei um bocado do texto. Sério, gostei mesmo.
err...tchau!
bgsmeliga :*

*gostei do template

Duane. disse...

noossa, você demora pra postar, e quando posta faz um texto enorme. concordo e discordo com algumas coisas que vc escreveu, mas tô com uma imensa preguiça de falar agora :S

Anônimo disse...

você é linda, minha garotinha! (L)

ass: Isabelle, sua Isabelle :)

Louise ~ disse...

Imaginei que não fosse Luiza!
"obrigada pela parte que me toca"
quisso??? Só Thais meixmo.
HAUSHAUSHAUHSAUSHAUH

Anônimo disse...

Caraamba, quanto tempo. Eu adorava seu blog e eu lembro que você tinha sumido. Que bom que você me achou ^^ (sim, eu sou Lorena do Relicarium, pois é minha fase meio deprê passou :B)
Que pena que seu primo pense assim. Eu quero muito ser médica, mas eu nem penso no dinheiro. Eu penso em ajudar as pessoas, a cura-las livra-las de possíveis problemas, dar a elas a aportunidade de viver. É isso que me motiva a estudar e dar meu sangue no vestibular. Eu quero fazer para as pessoas, o que meu médico fez pra mim.